Bioenergética Reichiana
AS MENSAGEIRAS DO CORAÇÃO
”Tocamos o céu quando colocamos
nossa mão num ser humano”. Novalis
As mãos são as partes de nosso corpo que mais se ligam ao
significado amplo do tocar.
São elas as que mais frequentemente realizam a experiência
do contato. E tocar é também ligar, ajudar, orientar.
(Recebeu o toque? Está
incompleto? Então me dê uma mão...).
O significado das mãos para o ser humano é imenso. Para
muitos antropólogos evoluímos a partir delas: A presença do dedo opositor –
polegar – nos possibilitou movimentos finos através da ação de pinça e com isso
a ampliação de nossa capacidade de manuseio e manufatura de utensílios e
instrumentos.
Mãos estão ligadas ao fazer, ao dar e receber, ao
auto-erotismo – tão fundamental na constituição sadia de nossa auto-estima.
Elas são agentes do nosso amor, realizando as intenções do coração ao trazer
para perto do peito o ser querido; e também da nossa defesa instintiva.
Exteriorizam nossa agressividade e concretizam nossos sonhos. São elas que
dirigimos aos lugares de nosso corpo que doem ou que se lastimam.
É através das mãos que emitimos mais energia do nosso ser.
Todas as culturas registram práticas de cura com as mãos. Relatos de impostação
de mãos permeiam textos tradicionais e sagrados. Nas narrativas de milagres, o
toque singelo da mão é o gesto símbolo. E a paz se estabelece com um aperto de
mãos. Não precisamos aprender com os ciganos a ler as mãos, todos sabemos; é só
olhar e deixar despertar a sensibilidade.
A mão firme e afetuosa do pai ao caminhar com o filho
permite à criança se largar na observação do mundo, instaura confiança e
vínculo. O contato corporal, o carinho gostoso e o cafuné afetivo relaxam o
ser, alimentam a auto-estima, abrem as portas para o prazer sensorial e para o
amor.
É impressionante a plasticidade
do ser humano, moldando-se e adaptando-se para permanecer vivo. Mas mais
impressionante é o fato que, apesar das distorções que nos impomos para
sobreviver (como quase deixar de respirar por medo, por exemplo), podemos ser
“recuperados” em nosso funcionamento natural, através da “revivência” de
contatos plenos, carregados de afeto.
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